segunda-feira, 14 de junho de 2010

Equipe de satélite que integra o Brasil anuncia descoberta de planetas (Danuza Peixoto)

Da Redação*

Concepção artística do satélite CoRot

A equipe do satélite franco-europeu-brasileiro CoRoT (COnvection, Rotation and planetary Transits) anunciou nesta segunda-feira (14) a descoberta de seis planetas e de uma pequena estrela fria (anã marrom). Os planetas estão localizados entre 500 e 4.000 anos-luz (aproximadamente 3,8 e 38 quadrilhões de quilômetros) do Sistema Solar, onde se encontra a Terra.



A missão espacial do CoRoT, destina-se à descoberta de planetas fora do Sistema Solar e ao estudo da estrutura interna e evolução estelar, e tem a participação de pesquisadores do Insituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP (Universidade de São Paulo).



“O planeta menor tem metade do diâmetro de Júpiter (cerca de 71 mil quilômetros), e o maior uma vez e meia o diâmetro de Jupiter (214 mil quilômetros, aproximadamente)”, conta o professor Sylvio Ferraz Mello, do IAG, que participa do projeto. “Os tamanhos desses planetas são determinados com bastante precisão e suas idades são apenas estimadas, em geral, em um ou mais bilhões de anos.”



O professor explica que o CoRoT trabalha em duas áreas pequenas do céu, uma na direção do centro galáctico e outra na direção contrária. “A luz de milhares de estrelas é medida de maneira continuada durante 150 dias, depois muda de alvos pelos proximos 150 dias, e assim por diante”, aponta. “Depois da descoberta, as estrelas sao observadas de potentes telescopios no solo para confirmação.”



Os planetas sao descobertos porque passam na frente das estrelas e ocasionam pequenas diminuições na luminosidade. “Estas diminuições ocorrem de maneira regular, ou seja, são separadas umas das outras por intervalos de tempos sempre iguais uns aos outros, que equivalem ao período do planeta.”



Descobertas

Com as novas descobertas, sobe para 13 o número de planetas descobertos pelo CoRoT. Os pesquisadores do IAG contribuem na análise de algumas das medidas feitas no solo e no estudo dos fenômenos de maré que ocorrem nesses planetas. “Essas marés deformam os planetas e provocam variações em sua orbita que podem fazer com que o planeta caia na estrela no futuro”, ressalta Ferraz Mello.



O telescopio espacial do CoRoT é utilizado em dois programas distintos, um de descoberta de exoplanbetas (localizados fora do Sistema Solar) e outro de sismologia em estrelas, ambos com participação de pesquisadores brasileiros. Na área de sismologia, o IAG atua em colaboração com institutos de pesquisa no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais.



“O Brasil tem uma estação receptora de dados no Nordeste e engenheiros brasileiros participaram da equipe que preparou, na França, as rotinas de analise dos dados recebidos, antes de lançamento”, conclui o professor do IAG.



*Com informações da Agência USP de Notícias

domingo, 13 de junho de 2010